A ALIANÇA DE DEUS NO ÉDEN
Texto: Gênesis 2.15
'' Tomou, pois, o Senhor Deus e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar''.
Nos primeiros capítulos de Gênesis, certos mandamentos e pronunciamentos de Deus apresentam a característica básica de uma aliança. Eles esboçam a natureza das ordens de Deus à sua criação e explicam realidades fundamentais referentes a comportamentos e responsabilidades humanas. Os mandamentos de Deus relacionados com os objetivos e limites morais no Éden são os primeiros dos pronunciamentos divinos que podem ser chamados de alianças gerais ou universais.
ADMINISTRADORES DA CRIAÇÃO
A primeira parte da aliança do Éden é muitas vezes chamada de'' mandato cultural'', em que Deus, primeiramente, afirma as diversas tarefas da humanidade como administradora da terra que Deus criara e lhe confiara.
Segundo, Deus deseja que a humanidade sujeite a criação ( Gn 1.28). Isso não é uma metáfora militar sugerindo um relacionamento hostil entre as pessoas e a natureza. O pecado ainda não havia injetado elementos de desordem e resistência no reino natural ( Gn 3.17-19). Ao contrário, a ideia de sujeitar a criação é explicada através de termos como '' cultivar'' e '' ''guardar'' ( Gn 2.15). A natureza indomada tinha de ser ordenada pela inteligência e vontade humanas de forma que fosse uma extensão do jardim do Éden. Não é um convite para explorar a natureza, mas, sim, um desafio de trazer ordem e harmonia ao mundo físico.
A terceira característica do mandato cultural da aliança do Éden envolve domínio humano sobre os animais ( Gn 1.28). Como representantes de Deus, as pessoas deveriam exercer um domínio que correspondesse a esse caráter divino. Domínio sobre os animais inclui a domesticação e o trabalho animal, mas também proíbe a crueldade e o abuso egoísta. Exige respeito pelas criaturas selvagens. Ser representante de Deus sobre os animais exige preocupação com os pássaros, répteis, anfíbios, peixes, mamíferos, e insetos enquanto criaturas com lugares legítimos no mundo de Deus.
APRECIANDO A CRIAÇÃO
Além do mandato cultural, que ainda apresenta implicações para as pessoas de hoje, a aliança do Éden continha dois tópicos específicos para Adão e Eva no jardim do Éden. Eles tinham de cuidar do jardim e apreciar os seus frutos ( Gn 1.29; 2.15). O Éden foi o princípio da ordem no mundo da natureza, a partir dele, a humanidade deveria estender o seu domínio à medida que se espalhasse pela terra. Sem rebeldia ou obstáculos movidos pelo pecado, o papel de Adão e Eva como administradores do jardim deve ter sido agradável, bem sucedido e gratificante. Eles tinham de tirar seu alimento do cultivo do jardim através do seu trabalho de administradores da criação de Deus.
Ao final dessa aliança, que afirmava a soberania, a responsabilidade e a satisfação do homem, surge uma proibição. Adão e Eva não poderiam comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, sob a pena de morrerem ( Gn 2.16-17). Deus planejou a presença dessa árvore para provar a obediência de Adão e Eva. Satanás logo a utilizou para tentá-los, primeiramente, para a dúvida, e, então, para a desobediência a Deus. A aliança do Éden foi desfeita por causa da desobediência do homem, o que resultou na sua morte espiritual e física. Este fracasso provocou a necessidade de se estabelecer uma nova aliança com Adão ( Gn 3.14-21).
Próximo estudo'' A Aliança de Deus com Adão''